Quando Vortigern decidiu construir o seu castelo nas Montanhas Negras, contratou os melhores pedreiros e carpinteiros e juntou os materiais necessários para a sua construção. Os trabalhos avançavam bem e o fosso, as paredes exteriores e a maior parte das câmaras interiores, estavam a tomar forma quando, de repente, se ouviu um poderoso rugido das profundezas da terra. O solo tremeu fortemente e o castelo desmoronou. Vortigern era orgulhoso e determinado pelo que não seria detido por um mero terramoto, pelo que a construção recomeçou. Mas passado pouco tempo, quando o castelo estava quase concluído, uma vez mais - aquele poderoso rugido, um tremor de terra e tudo se transformou em escombros. À terceira tentativa, o castelo estava muito perto de estar construído, com pedras em cima das ameias e torres, quando o maior tremor se iniciou e o qual não terminou até todo o castelo ficar em ruínas

Vortigern reuniu o seu conselho de sábios e após alguma deliberação, chegaram a uma conclusão: "É necessário um sacrifício, de uma criança sem pai, e o seu sangue deve ser aspergido no chão, para apaziguar os espíritos enfurecidos". Foram enviados mensageiros por todas as terras e, no remoto norte, descobriram um rapaz cuja mãe declarou que ele não tinha pai mortal, pois ela não tinha estado com nenhum homem. O seu nome era Ambrose e ele era um vidente, uma criança com a visão de um Merlin.

O rapaz foi levado à presença de Vortigern e foi-lhe dito que seria sacrificado para apaziguar os espíritos da terra. "Magestade, não vos peço por clemência" respondeu o rapaz, "mas será uma missão gorada, pois a minha morte não servirá o vosso objetivo." Intrigado pela aparente sabedoria do rapaz, Vortigern exigiu que explicasse melhor."Sob a colina do castelo há um lago e sob o lago há dois dragões, um vermelho e um branco. Os dragões acordaram dos seus sonos e agora têm de ser libertados." O exército de trabalhadores de Vortigerns começou a cavar, e encontraram de facto um lago, e depois de muito trabalho, revelaram o covil dos dragões.

 

Este é um conto medieval, um de muitos, que narra a subjugação do mundo antigo. Segundo o conto, Vortigern matou o Dragão Vermelho e o Dragão Branco e a era que se seguiu é o que chamamos história: um período caracterizado pela dominação, conquista, escravização em massa e guerra quase perpétua. A nossa memória popular está cheia de tais histórias, retratando a conquista e subjugação das forças selvagens e poderosas que se encontram dentro da Natureza, forças mágicas que ainda ecoam através dos vales nebulosos e em torno dos fortes abandonados no topo das colinas, ao amanhecer. Actualmente, os antigos templos, construídos originalmente para nos ligar ao reino espiritual, são muitas vezes circundados por auto-estradas, bombardeados por microondas, e rodeados por aviões a jacto de combate. 

Após numerosas invasões e períodos de dominação, por Bárbaros, Romanos, Vikings, Saxões, etc., e a subsequente legitimação das histórias dos conquistadores, as memórias dos antepassados originais, as culturas que plantaram, as suas cerimónias e práticas, pareciam ter-se perdido na névoa do tempo.

No entanto, os nossos antepassados, no tempo anterior à história, viveram durante milhares de anos em paz, com uma profunda ligação espiritual com a Terra e os Céus. Quando as conquistas chegaram, defenderam as suas práticas, os seus ensinamentos e as terras dos seus antepassados com plena paixão, escolhendo muitas vezes a morte em vez da escravatura. E na passagem daqueles tempos, os ensinamentos não foram destruídos, apenas escondidos da vista, atrás de um véu de secretismo, e visíveis apenas para aqueles que têm os olhos para ver.  

Ao longo dos séculos que se seguiram, estas sabedorias subtis e intemporais foram facilmente negligenciadas enquanto nos concentrávamos principalmente na sobrevivência. Os dragões vermelhos e brancos têm estado adormecidos dentro da Terra Sagrada durante milénios e agora, a Terra está de novo a tremer e é tempo de recordar a sabedoria dos dragões.

Este é o tempo da 'Grande Mudança'. Tal época não ocorreu nesta Terra desde a deglaciação que marcou o início da era Holocénica, quando as civilizações prediluvianas foram destruídas e só sobreviveram aqueles que conseguiram viver em harmonia com a natureza. Mas pensem nisto. Esses sobreviventes foram os nossos antepassados, e agora temos a oportunidade de restabelecer o equilíbrio uma vez mais....

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